terça-feira, 9 de março de 2010

LULAxFHC


LULAxFHC
Existe claramente uma preocupação do primeiro escalão do governo Federal de comparar ambos governos no intuito demonstrativo de uma superação do atual sobre o anterior. Numa visão imediata parece que o governo Lula tem mesmo uma boa superação, é um assunto interessante apesar de muitos dizerem que não há comparação pois o atual é uma seqüencia do anterior. No entanto, tenho minhas dúvidas. Para essa análise não carece de tanto conhecimento, só de uma atenção mais apurada. É oportuno lembrar as palavras de Lya Luft. “Estar informado e atento é o melhor jeito de ajudar a construir a sociedade que queremos, ainda sem ações espetaculares”. Portanto acho salutar e até mesmo necessário essa comparação:
Fernando Henrique Cardoso herdou um país com uma contabilidade pública onde o orçamento superava demasiadamente a receita, não só pelas extravagâncias, mas principalmente pelas obrigações constitucionais, e uma moeda lançada no governo anterior que dependia de uma organização nessas contas para sobrevivência.
FHC. Impôs aos Estados e Municípios uma organização e criou a lei de responsabilidade fiscal, ou você pensa que o Real vingou por acaso? Negativo FHC teve que tomar medidas antipáticas, que Sarney não se atreveu. Por isso que nenhum plano econômico dele logrou êxito.
FHC continuou as privatizações iniciadas no governo Collor de Melo, você achou ruim? Sabe o que significa isso? Tirar a economia da mão de quem não sabe gerir e colocar em seios eficientes, tornando-as mais competitivas e desonerando o Estado. Empresas que antes sugavam o Erário Público, passaram a engordar-lo, com pesados impostos. Assim facilita ações sociais,
O Sistema Financeiro em 95, quebrado, falido e um processo de recuperação criticado pela oposição, que só se via maldades e, é, graças a esse sistema financeiro saneado que, ampliou-se o acesso ao mercado, com longos prazos estimulando o crescimento da economia.
O parque industrial brasileiro obsoleto, produto interno rejeitado pela população. O sonho de consumo do brasileiro era comprar produto importado. “No Brasil só te carroças”. Disse o ex presidente Collor de Melo se referindo a industria automobilística brasileira. Acontecia que a mesma montadora que produzia bons carros no exterior, aqui, produziam carros ruins. Por quê? Para produzir carros modernos teriam que fazer altos investimentos, na verdade construir novas fabricas, mas o país na suscitava credibilidade para tanto risco. A credibilidade veio pela nova forma de estabilizar uma moeda buscando-se o equilíbrio das contas públicas. Aí os investimentos fluíram e em pouco tempo o parque industrial brasileiro foi modernizado.
Apagão de 2001. Faltou energia para o país continuar acrescer dando prosseguimento a alavancada de 2000 em torno de 4%. A oposição gritou culpando o governo por baixos investimentos no setor e o PSDB se calou. Na verdade o culpado era o modelo a idéia estatizante onde só o governo teria que fazer investimentos no setor. FHC mudou e permitiu investimentos privados tirando o país de risco de novos apagões. É bem verdade que Lula investe mais que FHC no setor energético, o país tem, hoje, muito mais possibilidades mas, se não fosse os investimentos do setor privado, não seria necessário uma seca como a de 2001 para repetir novos apagões.
LULA herdou um país onde as contas apesar de organizadas, havia uma convulsão na economia, não por erro de condução mas, motivada por incertezas do mercado diante de um novo governo que prometia mudar tudo seguindo as diretrizes do documento de Pernambuco de 16 de dezembro de 2001. O temor era medido pelo volume de remessas enviadas para o exterior, causando uma desvalorização no Real, para reverter o problema só foi preciso nomear o Henrique Meireles para o Banco Central e explicitar para o mercado que nada mudaria na condução da Política Econômica, aí tudo tomou rumo à normalidade.
No governo Lula conquistamos a auto suficiência do Petróleo. Beleza. Como aconteceu essa conquista? Em 1997 a Petrobras completando 44 anos de existência não conseguia produzir mais que a metade de nosso consumo. Aí o governo na época sancionou a lei 9.478 de 6 de agosto de 1997, quebrando o monopólio estatal do petróleo permitindo que empresas explorem e refinem o petróleo, que, até então, era prerrogativa da Petrobras. Também autorizava parcerias na prospecção e, assim, centenas de projetos surgiram com investimentos acima de 1,5 bilhões de reais. Investimentos que avolumaram no ano seguinte para um montante superior a 6 bilhões por ano. A quebra do monopólio teve um efeito quase imediato na produção de petróleo que em agosto de 1997 a produção era de 850.000 barris/dia, cresceu até março de 2003 para a cifra de 1,6 milhão barris/dia .
A taxa de desemprego no governo Lula é menor que a de FHC. Verdade, o país teve que passar por uma modernização do parque industrial. Uma fabrica têxtil que empregava 1200 operários, modernizada, passou a funcionar com 130. O sistema financeiro acabou com as famosas baterias e com a informática reduziu drasticamente o pessoal. A recuperação seria com o prosseguimento do processo. No entanto, muito lento agravado pelo reconhecimento da China como economia de mercado ação do atual governo que não tem idéia de quantos empregos migraram daqui para o continente asiático.
O Lula pagou o FMI. Proeza, e foi assim que anunciaram. Verdade, o Brasil concluiu o pagamento do FMI em 2005, mas não foi em 2003 que o Brasil começou a pagar esta dívida. Ainda no governo de João Batista Figueiredo em 1983 o país iniciou o desembolso e de lá pra cá todos os anos o Brasil cumpria religiosamente em dia, exceto no governo Sarney foi dado moratória por alguns meses, mas o Brasil voltou a liquidar um montante renegociado no valor de US$ 504 bilhões com o FMI. Esta divida era uma fera indomável nos anos 80 quando o país declinava para as profundezas de uma ruína em decorrência de uma economia estatizada (acima de 50%), sem competitividade. Já nos primeiros anos do novo século a fera já parecia domada e os pagamentos das parcelas eram pagas sem muitas dificuldades. No final do último ano do governo FHC foi feito um acordo que seria desnecessário se não fosse as ameaças de campanha do atual presidente, causando uma evasão desenfreada de dólares. Neste último acordo de US$ 30 bilhões, o governo disponibilizou ao mercado US$ 6 bilhões para conter a queda do real e deixou US$ 24 bilhões para o governo seguinte utilizar. Não foi necessário, portanto foi devolvido ao FMI. Lula, então, concluiu o pagamento do FMI.
O Lula sancionou o pro uni em 2004. Mas partindo do principio de que o Lula e o PT criticavam o estimulo a criação de Universidades privadas, dada pelo governo anterior alegando o sucateamento das Federais, e considerando a ideologia estatizante, certamente não teria tal iniciativa conseqüentemente, não haveria razão da criação do pro uni.
No governo Lula o pobre melhorou e continua melhorando. Na verdade o pobre começou a melhorar com a estabilidade da moeda, com este evento surgiu maiores estimulo a se fazer microscópicos negócios, com vendinha de merenda numa bicicleta e deu oportunidade ao excluído acumular
Para não tornar longa demais a conversa paramos por aqui e, dessa forma é fácil concluir que Lula somente colhe, o que FHC plantou, e o povo só ver frutos na mão do petista, lógico, auxiliado pela mídia. O drama do país, é que o presidente atual,parece, não saber plantar, e futuro é ameaçado pela má gastança que só ajuda a ampliar o deficit nas contas públicas e aumentar a dívida interna, e o Real? que se cuide.