quarta-feira, 27 de abril de 2011

PURO MARKETING

Jonas um velho amigo que possui uma venda numa cidade do interior do Nordeste. Num certo dia, após as eleições de 2010, me apareceu meio contrariado, me falou que havia trabalhado para o PSDB e que havia pedido voto para José Serra, ficou indignado com sua impotência de convencer seus clientes a mudar intenções de voto. Falou-me de um amigo que convivia comercialmente há muitos anos. Ele disse:

- Ta vendo aquela moto eu comprei no governo Lula. Antes eu vinha pra cá de ônibus.
- Ta vendo esse celular eu comprei no governo Lula. Antes eu tinha que vir aqui para verificar mercadorias e agora só faço ligar. Por isso eu voto no Lula e em quem ele indicar. 

Ouvia a narrativa de Jonas, e sorria vagamente, quando percebi que ele me olhava surpreso. Foi quando comecei a falar.

Jonas esse é o resultado de um bom trabalho de marketing quando a esperteza destorce os fatos com o consentimento de seu partido, porque quem cala consente.

O Brasil inegavelmente melhorou nos últimos anos, essa melhoria é pós estabilidade monetária e não pós Lula. É a estabilidade monetária que estimula a atividade produtiva e a geração de emprego, que não acontece de uma só vez. Todas ações que promoveram essa nova realidade no país o PT e Lula foram contra, mesmo assim estão conseguindo, a um cu$to, conduzir o raciocínio da população de que o PT esta mudando o país. Investem no crédulo de que o país começou a mudar há menos de 10 anos, quando essa mudança teve origem com o primeiro ato de privatização. Dessa forma sufocam a inação do governo naquilo que poderia gerar avanços. Foi exatamente a ausência de medidas dessa natureza que recentemente gerou um mal estar na economia, que cresce de forma claudicante, com tropeços e surpresas como aconteceu após as eleições que o governo teve que retirar dinheiro de circulação e agora no inicio do governo Dilma que foi obrigada aumentar juros, e a inflação que volta a preocupar. São medidas ruins para a economia que aconteceu por um nível de investimento distante do necessário, pelo excessivo gasto do governo sem definir prioridades corretas e falta de reformas nos 8 anos de Lula. A Coréia do Sul é um exemplo, quando uma lei está atrapalhando, anoitece mas não amanhece. Aqui o governo fica inerte assistindo a permanência das barreiras que fortalece a diminuição da competitividade. A nossa situação estaria bem melhor se nos 8 anos de Lula não tivesse acontecido, uma deterioração nas contas públicas.

Cria-se o PAC como novidade quando suas ações trata-se das obrigações constitucionais, demite o presidente da Vale por não priorizar a produção de aço no país sem atacar os males que coroe a competitividade. Fomentar a industrialização de aço é muito bom, é um ato elogiável da Presidente, porém, o governo tem que fazer a sua parte, melhorar o ambiente de negócios no Brasil, só assim nos preparamos para a industrialização, de outra forma, aumentando impostos, é puro romantismo a realização dessa intenção.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

FAZ DE CONTA



Votei contra a proibição da venda de armas, continuo consciente que a decisão foi correta por vários motivos, um deles é que existe uma proibição de vender Drogas. Comprar drogas neste país é muito fácil, a conseqüência é o violento crime organizado que faz muitas vitimas inocentes e as autoridades incapazes.
Mas não se perde a oportunidade para mostrar que estão tomando medidas corretivas, e assim levar o povo no bico. O senador Sarney surge com a idéia, e a Globo apadrinha, de uma nova consulta popular sobre venda de armas, sem interessar o custo desta ação.
Recordo-me dos planos econômicos do governo Sarney. Parecia que tudo era uma seriedade, até voluntários se ofereciam para serem "fiscal do Sarney". Agora vai dar certo e seis meses depois a moeda virava pó. Perguntávamos, porque falhou? Não deu certo porque Deus não quis, e ficava por isso.
Não dava certo porque era só uma providência paliativa, as medidas necessárias não eram tomadas. Organizar contas do governo é uma ação impopular. É necessário cortar gastos, congelar salários, privatizar etc., é melhor empurrar com a barriga. Com o tempo veio a resposta, quem fez se queimou.
Educar é, também, alcançar uma relação social viável. A escola não pode ser tão automatizada. O aluno entra na sala, o professor explana um assunto, os alunos se aglomeram em áreas de recreio com comportamentos alheios a escola. No dia seguinte tudo se repete, não leva em consideração a individualidade das pessoas e nem comportamento coletivo. Isso precisa ser cuidado. Uma orientação permanente não só de conhecimento como de comportamento. A relação de vida tem que ser mais cuidado e para isso pode-se contar com profissionais específicos.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL

Jim O’Neill economista inglês que trabalha para um grupo financeiro sediado em New York, a Goldman Sachs, criador da sigla BRIC em 2001. Naquela época o Brasil estava com sérios problemas, apagão, quebra da Argentina que fizeram o PIB cair sensivelmente. A olho nu não havia um percepção de otimismo significativo, mas se percebia uma outra lógica de administração baseado na organização do Estado e grandes investimentos que transformava o parque industrial no conceito de modernidade. O’Neill colocou o Brasil entre os emergentes em grupo de 4 países. Brasil, Rússia, Índia e China. Durante esse período a China lidera com crescimento sustentável médio de 10% ao ano. A Índia acompanha com crescimento mais modesto, porém muito bom em torno de 8% ao ano, depois a Rússia com taxa média de 6% ao ano, finalmente o Brasil na lanterna com média de 3,8% ao ano. Neste período auxiliado pela desvalorização do dólar e um considerável aumento no preço das commodities o Brasil alcança a posição de sétima economia do planeta.

Na semana passada, O’Neill declara os países do BRIC que já ultrapassaram o patamar de economias emergentes. Com certeza, impressionado pelo volume em detrimento da qualidade, pois tem mais vantagem o Chile com PIB de 243 bilhões de dólares para seus 16 milhões de habitantes, que o Brasil com 2,181 trilhões de dólares para 190 milhões de brasileiros. Por lá, todos indicadores sociais superam os nossos e se aproximam do desenvolvimento à nossa dianteira.

Estranha decisão! Será que estamos saindo de emergentes para desenvolvido com tantos bolsões de pobreza e alguns gargalos na economia.

Acontece que no decorrer dos oito anos de Lula o Brasil pouco se investiu em infra-estrutura. Conforme os demais países do grupo, o investimento médio anual com relação ao PIB foi o seguinte: China 43%; Índia 34%; Rússia 20%, o Brasil só investia 16,7%, alcançando em 2010 18%. (fonte ISTO É Dinheiro) volume insuficiente para um crescimento sustentável acima de 4% ao ano. Seriam necessários algo na média de 25% do PIB. Acredito que a China e Índia,também, ainda permaneçam emergentes, mas possuem níveis de investimentos que os permitem crescimento sustentável com taxas formidáveis.

Quem não se lembra do apagão em 2001? Aconteceu por falta de investimentos. Na época, percebendo-se a impossibilidade do governo investir o necessário e para garantir o fornecimento de energia, foi permitido o incentivado e a participação da iniciativa privada no processo, inclusive construir hidrelétricas. Assim como em outros setores da economia, educação superior, no petróleo com a lei 9.478 de 1997, foi uma grande abertura comercial da economia brasileira, trouxeram importantes conseqüências para essa industria brasileira, possibilitando a quase auto-suficiência. Iniciativas assim, é impossível fluir da mente do cacique do monopólio, que na contramão criticou durante seu governo as privatizações apostando na desinformação do eleitor e angariar dividendos políticos. Privatizar não é só vender, também permitir concessões que são exclusivas do governo.
A conseqüência é a realidade atual, o governo precisa frear o consumo. Aumenta os juros para conter a demanda por oferta insuficiente, que causa entrada de moeda estrangeira, que fortalece o Real, com inflação pressionando, o Real perde poder de compra internamente e ganha  externamente. É melhor comprar no exterior.

sábado, 2 de abril de 2011

DOUTOR HONORIS CAUSA


Esta semana, (30.03.2011) Lula recebeu na Universidade de Coimbra em Portugal o titulo de Doutor Honoris Causa. Este titulo é atribuído à personalidade que se tenha distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos. Quem sabe seja merecido pelo melhor entendimento entre povos principalmente os governados por ditadores esquerdistas. Era para ser uma festa, infelizmente a morte do ex-vice presidente José Alencar roubou a cena.
O importante é que Lula passou pelo crivo daquela Universidade, passou também pelo crivo da revista The Time americana que o elegeu o homem mais influente do mundo em 2010. Só não passou no crivo da revista The Financial Times, inglesa especialista em economia, até parece que ela se irritou com o evento porque teve a indelicadeza de declarar que Portugal deveria ser anexada ao Brasil. Certamente pela dificuldade econômica que Portugal vive com o problema de juntar 10 bilhões de euros para pagar uma parcela de sua dívida. Como Financial Time é uma revista especializada em economia, deve ter dificuldades de ingerir Portugal e Lula.
Portugal, porque depois que descobriu o Brasil caiu numa depressão econômica, sorte nossa, pois o grito de independência de D. Pedro I só vingou porque Portugal estava financeira arrebentada. Quiseram fazer uma armada para depor D Pedro I, sem dinheiro correram para a Inglaterra a solicitar financiamento. Os ingleses de olho no comercio brasileiro controlado por Portugal, disseram: deixa disso, pede uma indenização e pronto, porque não vamos ceder um níquel para vocês tomarem o Brasil de volta. Mas o Brasil não tem dinheiro para a indenização, argumentaram. Não tem problema nós emprestaremos. Assim foi feito. Daí pra frente Portugal sempre na rasteira da economia Européia ensaiou revigoramento econômico na década passada, mas novamente caiu nas dificuldades.
Com relação ao Lula a revista parece não aceitar a teoria deque ele mudou o Brasil. Eles demonstram uma tendência em creditar a FHC essa mudança, porque como revista especializada no assunto, sabem que na economia pode até existir uma dose de sorte mas milagre jamais. São detentores da certeza de que se muda com ações estruturais ou reformas.
O Lula impressiona pela sua vasta popularidade que submerge a má condução da política econômica, cuja visibilidade pode ser despercebida por milhões, mas para uma revista como a Financial Time é muito transparente. Lula viveu os benefícios das reformas do antecessor, como bom católico acredita que o futuro a Deus pertence, e o futuro está chegando com Dilma que tem que sorrir sentindo dores, com um dilema de ter que fazer o que mais eles condenaram prosseguir as privatizações. Ela pode optar pelo adiamento mas afastará para um futuro mais distante um país Desenvolvido. Por não definir sabiamente prioridades, por não aproveitar recursos privados, o país está carente de infraestrutura. Faltam portos, estradas para escoamento da produção, aeroportos e os que tem desabam na cabeça de passageiros, Contas Públicas deterioradas com utilização de contabilidade criativa, sem falar na educação, saúde que estão na mesmice. Segurança agravou, inflação tecnicamente ameaçadora. Essa é a herança bendita que Dilma alega ter herdada, e como boa aprendiz prefere fazer um mimo aos seu eleitores pela consciência da incapacidade de chegar a eficiência, nada melhor que prometer o dinheiro do taxi para conduzir a gestante à maternidade.