sexta-feira, 15 de novembro de 2013

EQUÍVOCOS

Não se trata de pessimismo ou jogada de praga, mandiga  etc. quando afirmo que a inflação não retornará mais a meta de 4,5% que, por sinal, é alta, a não ser por recessão. Não falo por torcer contra, é verdade que a grande maioria da população não se ocupa desse problema, prefere ver as coisas acontecerem nesse sentido e acreditar na sorte. No início do ano de 2011 eu escrevi Engessamento e disse que o Lula iria deixar o país engessado, isto é, sem condições de crescer, numa situação de se ficar o bicho come e se correr o bicho pega, escrevi também Sem Saída, tudo sobre a armadilha do otimismo sem ação de um governo que acreditava que a esperteza regularia a inércia. Mas porque tanta segurança? Acontece que este governo tem a eficácia de tornar a nação surda quando se toca em assuntos que lhe incomoda, e alardeia das ações que a lógica leva parecer eficientes, dessa forma, o governo cumpri seu objetivo principal que é manter uma popularidade sempre em alta. Só mesmo com muita atenção se ouvi falar que desde o início da gestão petista não há investimentos em infraestrutura em montantes mínimos necessários, sem isso estimular o consumo pode ocorrer riscos inflacionários, e foi exatamente o que o Lula fez gerando uma defasagem que o governo atual ampliou e para regular seria necessário aplicar algo em torno de R$ 1 trilhão em um ano com gasto em investimentos para colocar o país no rumo do crescimento sustentável.  Impossível, montante e tempo que o governo jamais poderá realizar, a saída foi buscar a participação do capital privado com a retomada das privatizações, mas como ter sucesso nessa  investida se os gestores petistas não mediam esforços para piorar o ambiente de negócios do país e assim minar a competitividade. Jogar com a inocência da população os petistas não tiveram probidade, e nem tomaram consciências entre grosserias e versões inescrupulosas como fez a presidente Dilma numa cerimônia com a presença  do governador paulista, Geraldo Alckmin: “A gente tinha de pedir autorização para investir. Por isso foi tão bom, né, governador, a gente ter pagado a dívida do Fundo Monetário, que não supervisiona mais nossas contas.” 

Alckmin é um cara polido, pelo menos engole sapo para demonstrar porque poderia muito bem dar a merecida resposta em vez de ficar calado, também pela condição de governador que sempre fica oprimido perante ao governo federal em decorrência da liberação de verbas, mas seria algo dessa natureza que deveria ser dito:  O FMI nunca proibiu o Brasil de investir, o fundo em certos momentos exigia que o país fizesse austeridade fiscal, era necessário na época, e quando há necessidade desse procedimento o campo fica avesso a investimentos, assim como, também, fomos aconselhados desde o regime militar que o governo iniciasse um processo de privatização que foi protelado até acontecer o estouro da inflação nos anos oitenta que se prolongou  até a primeira metade dos anos noventa, ação que seu governo resolveu deixar de criticar agora forçado pelas circunstâncias e, retoma por medo de uma nova estourada inflacionária em suas mãos, o que prova que língua solta não significa produtividade. Nos pagamos sim o FMI, mas não foi ação de um único governo como insinua o seu partido, pois este evento teve início em 1983. O governo do PT somente concluiu. Depois de resolvido o problema da instabilidade monetária e a organização das Contas Públicas, aí sim seria o momento do país executar investimentos, mas não fizeram e não foi por proibição do Fundo Monetário Internacional, a consequência é atual pressão inflacionária que volta a inibir o crescimento da nossa economia e a incerteza que nos ronda. 

Abaixo o cronograma de desembolso de pagamento do FMI


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

GERAR MISÉRIA PARA DEPOIS REMEDIAR

Miriam Leitão escreveu num artigo: “O Brasil não está ficando burro”, uma sociedade que chegou ao ponto crítico de violência, e não se dá conta da gravidade, ameaçada de perder oportunidades de desenvolvimento por ter trocado o certo pelo duvidoso, isto não é inteligência, se não, então não cabe essa afirmação, é fruto do desconhecimento, portanto, está ficando pior, essa é a condição. O Brasil não tem discussão construtiva, resume-se ao discurso do politicamente correto que normalmente é constituído de falsos consensos e dessa forma assistimos outros países assumirem a nossa dianteira no desenvolvimento econômico, e quem alcança sucesso como Chile, Coréia do Sul não nos servem de exemplo, não os imitamos, viramos as costas e os olhares dos governantes, movimentos sociais se voltam para países fracassados, por isso o Ministério da Saúde já está autorizando a reciclar material hospitalar como acontece na "melhor medicina do mundo" Cuba.

Mais adiante fala: “O PT tem defeitos que ficaram mais evidentes depois de dez anos de poder, mas adotou políticas sociais que ajudam o país a atenuar velhas perversidades”. O Brasil ainda não se deu conta que a maior perversidade é errar na condução da política econômica, é essa a razão da existência de legiões de miseráveis no país. Antes de Getúlio Vargas o país gerava miserável pela falta de ação dos governantes, afora Campos Sales por ter organizado as contas publicas. Getúlio Vargas com suas reformas erradas ampliou a miséria, e os militares seguindo a lógica getulista deixaram o país numa situação de penúria. O PT faz pior repete erros, e só se vira para alguma ação correta por forças das circunstancias, como aconteceu com a privatização mal feita do campo de Libra.

Continua mais adiante: “Um dos grandes ganhos do governo do Partido dos Trabalhadores foi mirar no ataque à pobreza e à pobreza extrema”. O ganho maior foi para o PT, ganhou muito, certamente a única razão de ter permanecido no poder de 2007 pra cá, transformando o Bolsa Escola no maior programa de compra de votos, alterando o nome para Bolsa Família e incutindo na população com a cumplicidade da mídia que seu inicio fora na gestão de Lula. Há de se procurar um legado para o governo Lula, e nem esse é dele porque a ampliação excessiva era desnecessária, aí onde reside o erro do programa e as consequências desastrosas nas Contas Públicas.